quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

sábado, 15 de novembro de 2014

Morreu José Casanova

foto: Alex Campos

Há noticias que não deveriam existir. A do desaparecimento de um amigo é uma delas. Amigo e camarada. 
O dirigente do PCP, José Casanova, faleceu este sábado, devido a doença grave. 
Escritor de grandes recursos, com três romances publicados, referimo-nos aqui a um deles, Casanova estava há uns tempos a trabalhar o quarto. Que ficará irremediavelmente inacabado. 
O PCP, a democracia e a cultura portuguesas estão de luto. 
Talvez a dor da perda não seja uma justa homenagem a um amigo que parte. Será insuficiente. Talvez porque "a melhor homenagem que lhe podemos prestar é prosseguir a luta do seu partido de sempre".
Até sempre, Zé.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Todo o poder ao camarada Seguro

Augusto Alberto
           
                 
A parte mais esclarecida do Brasil exige padrão FIFA na saúde, no ensino, nos transportes e na habitação. E a esse propósito, o ex-Ministro dos pregos, também conhecido pelo Ângelo da Peixeira, um guru trapaceiro, notou a coragem, a decência e a bondade do Costa, da Praça do Município. E, quem sabe, talvez, com outros sabidos do regime, tenha indicado ao Costa a necessidade do Partido Socialista Português se colocar segundo o melhor padrão capitalista. Registado o pedido, vai avançar, então, para o Rato, o amolador, o que afia facas e navalhas, (que dilacera a carne e disseca o carácter), e (rebita e conserva), panelas e tachos, (os do Vitorino e do Assis, em grandes escritórios de advogados, o do Coelho, na Engil, o do Pina, na Iberdola, ou o do Vara, que teve a habilidade de somar à sucata, robalos, e ainda outros, que a gente nem imagina).
Já passou o tempo, em que, quem se metia com o P.S., levava, mas agora, para obedecer ao melhor padrão capitalista, levam também, alguns socialistas, que de momento, estão do lado de dentro, para gáudio e lambuzadela, de muitos cidadãos desta pátria, que fora do P.S. estão.
Os gatos, na minha rua, miam e bulham debaixo do contentor do lixo, mas os que querem o mais copioso padrão capitalista, miam e encenam o enfurecimento, ora na Assembleia da República, ora na sede ao Rato, ora na sede ao Caldas ou ainda, na sede à Lapa, e agora, também, na sede do poder autárquico da Capital. Apesar deste processo destruidor, ainda não é o fim do P.S. de Portugal. Mas por este andar, para lá caminha. Tomemos como exemplo o grande P.S. de França, do camarada Hollande, que também foi do amigo Miterrand, que se deu, como os ianques, às primárias. E até deu uma segunda volta. Mas o acaso quis, afinal, que o processo só desse para politicas de merda, e por essa causa, mais quase, o apagamento do P.S Francês. A comprovar, que o mais importante, não são as pessoas, mas as politicas.
Meu caro, as rábulas do P.S., são caca, disse na cara do seu interlocutor, um amigo meu, já um pouco desaustinado. Mas eu, que sou mais fino, nem me desuno nem me descarto. Se houver primárias, lá estarei. Pago a caução de 3 euros e inscrevo-me nos cadernos eleitorais, para votar no Seguro. Pois então! Confuso! Não! Antes pelo contrário. Como lido, em, “na arte da guerra, de Sun Tzu. “ …os senhores feudais irão tirar proveito de toda esta desordem instalada…”

Ataque, então, nas primárias, a base eleitoral da direita caceteira, dando o poder ao camarada Seguro, esperando pacientemente, que o P.S., lá mais para a frente, caia de maduro.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Matai o Costa!"

Augusto Alberto            
                            

Nos corredores e nas salas do Partido Socialista, já se grita: “matai o Costa!” Ah pois, matai o Costa, gritam alguns fiéis militantes do socialismo de rosto humano, contra a serpente calculista. Mas para melhor entendimento, quero aqui lembrar, tanto aos fiéis como aos abstencionistas do dia 25 de Maio e aos desgraçados que teimam em votar na corja, a extraordinária estória de Rosa, do Porto, que foi despejada pelos serviços de um hospital público, nas escadarias da igreja do Carvalhido, deixada perpendicular aos degraus, também gastos, pelo sucessivo corrupio de fiéis às orações, embrulhada em cobertores e numa combinação já muito puída por força da traça que grassou pelos seus velhos armários em madeira.
E ainda, poder contar para quem não sabe, também, a extraordinária estória dos meninos de rua, que procuraram um pouco de paz e vianda, nas escadarias da igreja da Candelária, na Cidade do Rio de Janeiro, e que pela calada da noite foram fuzilados por um esquadrão da morte, (policia militar), que julgou limpar a cidade de putos indigentes e metediços, cuidando oferecer, na ponta de uma pistola, melhor sossego à aristocracia da Cidade Maravilhosa.
Para os acima citados fiéis, abstencionistas e desgraçados, que pouco têm aprendido, estes dois exemplos indicam como o modelo liberal de hoje não difere do de ontem. Deste modo, bom seria que por exemplo, Joana Amaral Dias, que em breve será deputada da nação, ou Secretária de Estado do Governo da República, no partido, quem sabe, dirigido pelo Costa, e que até há pouco, foi uma seriíssima revolucionária, e que sabe, creio, destas coisas de chumbo e pólvora, aproveitasse para explicar a Rosa, do Porto, quem a colocou no seu estado de miséria.
E também, bom seria que o poeta Alegre, nos explicasse, quem iniciou a contra-revolução, desde logo, com as abstrusas alterações às leis do trabalho, que permitem que a balança esteja em definitivo, contra o mundo de quem, pelas 8 horas da manhã, ensonado, pega no batente, quer seja num escritório, no ferro ou na malha, e contra uma certa aristocracia operária, que julgando ser, (como custa por os pés na terra, não é Soporcel?), cuidou que mal não lhe sucederia.
E também, que o engenheiro Sócrates, mais o Costa, que foi seu delfim, explicassem à nação, quem, na Assembleia da República, votou favoravelmente, os seus planos de estabilidade e crescimento, (as antecâmaras das politicas de rapina), 1, 2 e 3, e só não foi ainda mais adiante, porque, quem manda pode, e chegado o 4º, fez-se alto e a mando dos banqueiros, foram os socialistas arreados.
Para os citados fiéis, abstencionistas e desgraçados, lembro que a estratégia abstencionista e a estratégia de votar nos escroques, tem sido uma merda. Se fossem boas, nem Portugal, a sul plantado, nem a Europa, do Atlântico aos Urais, estavam com milhões de desempregados. E outros milhões de famintos, e já muitos fascistas a meterem os músculos de fora, como na Ucrânia e em França, a lata e a prosápia. Foi, não se duvide, de copianço em copianço, e de rotação em rotação, que chegamos ao pântano. Infelizmente, para muitos, ainda é tempo de ilusões, e por isso, voltaram a votar nos ladrões.

Ou de desilusões, e desse modo, faltaram ao voto, dando por essa via, outra boa ajuda aos citados ladrões. E só não vê, quem não quer, ou quem também é, patife, ou crê, que o melhor é viver com as sobras do banquete dos leões. Bem sei que o mundo mudará, mas não será com o Costa, nem com demagogos como um tal Nobre e agora, com Marinho Pinto, (novo engano), com certo jeitinho para o caudilhismo.

domingo, 11 de maio de 2014

Querubins

Augusto Alberto
    
Eu bem sei que não há cão nem gato, nem povo, que não goste de ser reabilitado. Todavia, neste país, a reabilitação apanha, sobretudo, os fascistas de antanho, enquanto os cães na minha rua, alguns, caminham cambados, suportados por 3 patas, quase sem pelo e sem vianda, para suportar o dia de cão, enquanto os gatos, se acantonam em cima ou por debaixo do contentor do lixo, na esperança de ter o que esgravatar e para se defenderem, dos cães e dos homens, que gostam de os apedrejar.
E os homens caminham taciturnos, de casa para o trabalho e do trabalho para casa e depois para a cama, convencidos de que acordar vivo já é uma bênção. Parca bênção, porque acordar pela manhã não é condição única para haver dignidade. Para haver, é preciso ter, paz, pão e habitação. E liberdade. Liberdade, a gente ainda tem uns laivos, é certo, mas é mal utilizada. E porquê? Porque demos, por exemplo, a fina oportunidade a um ministro fascista, entre 1970 e 1974, no governo do professor Marcelo Caetano, de ser reabilitado e de ter chegado, por duas vezes, a ministro da “democracia”.
E ainda permitimos que um católico charlatão, tenha a oportunidade de fazer o panegírico do fascista Simão, apesar de aborrecido pelo facto do Simão não ter caído no CDS, de que agora é presidente, mas no Partido Socialista. Outro “democrático” anacronismo. Ou talvez não, porque o Partido Socialista, reabilitou, não um fascista, mas vários. Sobretudo, os “querubins”, Simão e Amaral, e outro quase, Horta. Ora acontece que a “democracia”, nunca deve servir para reabilitar homens, que depois se esquecem, que torturam em larga escala, outros homens. (No Tarrafal, encerrado em 1954 e reactivado em 1961, sob a denominação de Campo do Chão Bom, pela portaria n.º 18.539, de 17.6.1961, era ministro do ultramar, o reabilitado Adriano, para receber prisioneiros oriundos das colónias. E entretanto, em Moçambique, 1969, Mondlane é abatido. E na Guiné, 1973, Amílcar Cabral também). E na metrópole, o pintor Dias Coelho, é fuzilado à porta de casa, a 19 de Dezembro desse mesmo ano de 1961. E agora leiamos, como foi reabilitado, em plena democracia, o PIDE que o matou.
Diário de Notícias,  6 de Janeiro de 1977.
O antigo agente da PIDE/DGS António Domingues, responsável pela morte do escultor comunista José Dias Coelho, foi, ontem, condenado em três anos e nove meses de prisão maior. Perdoados 90 dias e tomado em conta o tempo de prisão preventiva que já sofreu, desde 1974, vai o réu cumprir apenas mais cerca de 10 meses de cadeia. O tribunal (3ºTMTL) considerou não ter havido homicídio voluntário, mas apenas “ofensa corporal voluntária, de que resultou a morte “praeter-intencional”. Dado como provado o disparo de dois tiros, o último dos quais com a arama “muito próxima da roupa da vítima, a sentença foi recebida pela assistência com uma manifestação de protesto.

Arrepanhe-se, então, o Simão, o “querubim”que já partiu, mais os outros, que a seguir irão, cuja reabilitação, andou de par, com a vitória da contra-revolução, que dá no que a seguir se escreve. “Rosa…doente de cancro, com graves problemas de mobilidade…teve alta do Hospital Joaquim Urbano…foi parar, desamparada, às escadas da igreja do Carvalhido... (ocorrem-me as histórias da igreja da candelária, no Rio de Janeiro) …aguentou-se ali…até ser transportada pela polícia, para um quarto numa pensão de Cedofeita, arranjado pela…Segurança Social, que lhes cortara o rendimento social de inserção, deixando-os sem capacidade de pagar uma renda”.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

No rescaldo da desilusão, o que sobra ou é foda ou canelada

Augusto Alberto
    

“Em arquivos da ditadura”, ficamos a saber, que John Kennedy, perguntou ao embaixador americano no Brasil, se…acha aconselhável uma intervenção militar? Dias depois, John é assassinado em Dallas e Lyndon Johnson, que o substitui, a 3 de Março de 1964, envia seis destroyers, com 110 toneladas de munições, um porta-aviões, um porta helicópteros, um posto de comando aerotransportado e quatro petroleiros, para encostar o Brasil às cordas. E muitos anos após, no dia 25 de Abril de 2014, depois de prestar depoimento à Comissão Nacional da Verdade e admitir que agentes do Centro de Informação do Exército (CIE), durante a ditadura militar, mutilavam os corpos de vítimas…arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos para impedir a sua identificação, o coronel reformado do Exército Paulo Malhães, com 76 anos, foi encontrado morto dentro da sua residência. A investigação ao crime, indica que a morte do coronel, indicia uma “queima de arquivo”.
Acontece que todo o aparato descrito, em primeira-mão, destinou-se a salvaguardar os interesses da oligarquia brasileira e da grande elite imperialista americana, as duas pontas da mesma tenaz, responsáveis pelos morros favelados a perder de vista, sem água e saneamento, alta taxa de mortalidade infantil e manhosa taxa de analfabetismo, social e académico. E em segunda-mão, parece que o assassínio do coronel deseja esconder esse facto.
Isso, dir-me-ão, foi obra de uma ditadura. Pois sim! E o como se faz numa “demo” (diabo)cracia? Diz a imprensa, que a Bolsa está a engordar as grandes fortunas em Portugal. Sete dos maiores accionistas das empresas cotadas, ganharam já 336 milhões de euros, apenas à conta da valorização dos seus investimentos. E por contraponto, como escreveu o diário “Jornal de Noticias”, faz com que…milhares de pessoas, crianças incluídas, dependam actualmente da ajuda de instituições…nas grandes cidades, há muitos casos em que as refeições oferecidas são as únicas do dia.

E o que une, estas, aparentemente díspares, notícias? Que para manter a brutal disparidade na distribuição da riqueza, no quintal, abaixo dos E.U., a política da canhoneira foi e continua a ser uma evidência e depois, para manter os espíritos sossegados, dá-se-lhes com o cacete. E na “demo”? Que para manter essa mesma brutal disparidade na distribuição da riqueza, o “diabo”, vive montado na manipulação dos factos e da informação, porque vozes dissonantes, por ali, não chegam aos destinatários. E para se aleivosar, criou uma nova elite, bem preparada e organizada, que se senta nos grandes escritórios de advogados, de Lisboa e Porto, (de onde são oriundos Rangel e Assis), que nos fazem crer, que no país das cautelas, das raspadinhas, do totobola, do euromilhões, do sorteio dos automóveis e ainda, de muito outros totonegócios, que todos os modos de ditadura são um bom modo de emborcar democracia.

domingo, 27 de abril de 2014

O “barão” de Cascais

Augusto Alberto


 39 Anos. E 50 euros a menos do que 3.300$00. Este é o axioma. E por isso, impoluto camarada meu, criado na escola dos ofícios, e quase com 40 anos do ferro, disse: “andou o Povo a acreditar em homens de bem e afinal, só lhe saíram “coirões”. E a esse propósito, Joaquim Pires Jorge, homem íntegro e de uma amabilidade extrema, nascido e formado nos anos de chumbo, cedo me alertou para não me deixar embalar pelo canto meigo de raras aves canoras.
E seguindo o princípio, contumaz, rejeitei o conselho dado pelo “Barão de Cascais”, numa das rádios do regime, (e da igreja), de que no 25 de Maio, o povo deverá votar em branco. O “barão”, é homem delicado e de verbo fino, com certeza. Mas acontece, que o “Barão”, sempre que pôde colocar a mão na nora, fê-la andar para trás. Foi deputado pelo PSD/PPD. Foi secretário-geral adjunto no seu partido. Foi coordenador do grupo parlamentar europeu do seu partido. Foi ministro da qualidade de vida. Foi ministro dos assuntos parlamentares. Foi, inclusive, fundador do seu partido. E foi Conselheiro do Estado. Bem sei que o “Barão” se agastou com os seus, porque pediu mais guita para voar mais alto, como os papagaios lançados ao vento, “Tenho perfil para o lugar de Presidente da República”, mas mais guita foi-lhe negada e por isso, amofinou-se, barafustou e acabou defenestrado.
Todavia, o “barão”, como toda a elite, tem um carácter adjacente. Toma o povo por desajeitado, enquanto tem a torpeza de reclamar boas virtudes de classe. E desse modo, o “barão”, porque tem medo dos sustos, desenha a hipérbole, de que povo do ordenado mínimo e do pouco pão, deve manter-se quietinho. Difícil de perceber?
António Capucho, que é o nosso serôdio “barão”, tome atenção, não é tolo e tem muita arte. Na verdade, só com bastante arte, é que tipos como o “barão”, conseguiram colocar, hoje, o ordenado mínimo nacional, abaixo 50 euros, dos 3.300$00, atribuídos no ano de 1975, pela “desequilibrada abrilada”, do camarada Vasco Gonçalves.

Mas saiba o “barão”, que neste tempo medonho, não se admitem pesporrências e passa-culpas. Por isso, diga lá, quantos votos foram precisos para o eleger e para concomitantemente, se construir um pobre?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Não há perigo de coice

Augusto Alberto



A ascensão do terrorismo é a outra face do declínio americano, disse, na esteira de John dos Passos, Dom Delilo, um dos mais prestigiados escritores americanos vivos. Tal como o golpe contra-revolucionário de 25 de Novembro de 1975, poucos meses após a Revolução do 25 de Abril de 1974, marcou o contemporâneo declínio da Nação, com o regresso da velha camarilha ao poder, renovada com novos súcias, e também da remanescente nomenclatura financeira, suportada por velhos e novos padrinhos e velhas e novas famílias.
E para comprovar o axioma, destro, o ex ministro da Agricultura do governo de Sócrates, António Serrano, disse que a contabilidade da Fundação de Alter, que produz o cavalo lusitano, era um caso de polícia. Contudo, à semelhança do que sempre se fez, observou, desinteressado e enfatuado, velhos actos de gestão danosa sobre a coisa pública. E nada fez. E a actual Ministra Cristas, do C.D.S., tão pouco. Pelo contrário, manteve a cobertura aos crimes sobre o património, dando baixa da Fundação e colocando a sua contabilidade sobre gestão privada com fins públicos. Elegendo como boa, a velha maquinação de aperrear o que é público, para, de seguida, privatizar. No caso, em breve.

Acontece que o cavalo lusitano é hoje um dos cavalos mais apreciados e requisitados no mundo equestre. Ao ponto do cavalo de “dressage”, montado pela amazona brasileira, Giovana Paes, estar em adiantado estado de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no futuro ano de 2016, tornando-se, desse modo, o primeiro cavalo da raça lusitana, olímpico. Titulo que muito actual e futuro bípede lusitano não tem, nem nunca terá. Porque, lamentavelmente, no dia do voto, como em anteriores actos, resolve ir passear, inter ou fora de muros, enquanto a base social da camarilha, essa, com o papo cheio, não falta. Por isso, no próximo dia 25 de Maio, sem receio, folgará mais uma vez a camarilha, porque não há, como nunca houve, perigo de coice.

domingo, 20 de abril de 2014

Relembrar Abril


fotos: alex campos

Nos tempos que correm não fará muito sentido comemorar Abril. Sabe-se que está atravessado nos partidos que costumamos eleger, e nas classes que eles representam e que detêm o poder. Quer o PPD, quer o PS que, paradoxalmente ou não, foi aquele que maior contributo deu para o seu esvaziamento e para a reposição da ordem vigente antes da data em causa. Patrocinados, como todos se lembram, e não é necessário perceber de História, pelo assassino de Lumumba e Allende. A situação do país fala por si.
Mas continua a ser importante relembrar Abril. Fazê-lo é ter esperança, é continuar a luta por uma sociedade mais justa.


terça-feira, 15 de abril de 2014

Nem com benzina, a branca e a breca

Augusto Alberto


Tinham que chegar as promessas. Mas cheiram a falso. E por isso, convêm perguntar, o que cola António José Seguro ao Conde de Abranhos, personagem melosa, que só chega ao poder, porque, “embora o Rei não o conheça, é informado que tem uma senhora muito galante”. Mas, como disse Eça: …é um patife, um pedante, um burro, porque enquanto ministro da Marinha, afirmou …que só ao fim de 18 meses de Ministério, é que descobriu onde ficava Timor. Do mesmo modo que António José descobriu, que o país está enxameado de pobreza e por esse facto, resolve garantir que acaba em 4 anos com os sem-abrigo, após António Guterres, seu camarada e 1º ministro, os ter aumentado, desmentindo a tarefa prioritária, de acabar, eternum, com os que vivem na rua. E onde irá o futuro 1º ministro, António José, meter tanta gente? Não diz, e por isso, Abranhos, leva-lhe vantagem.
Na câmara anuncia, isole-se o pobre, definindo como necessário a construção de grandes espaços físicos, telhados e, dentro, uma enxerga, um cobertor e ao rebentar da lua, um prato de sopa quente. Mas para manter a sobriedade, exigiu aos indigentes, que fossem abstémicos. No sexo, (nem foda nem pívia), e parcos no praguejar, que, por sinal, cola com a miséria da sopa e do pão. De todo o modo, convêm insistir. Onde vai António José, recolher tanta gente? No Centro Cultural de Belém? De todo, não vá a classe alta, tropeçar num pedinte encardido, ao entrar para os dias da música e cagar o tacão do sapatinho de vela. Ou na magnifica sala do Teatro Nacional D. Maria II? Tão pouco. Ainda que pelas noites, debaixo das suas arcadas, recolhidas da geada e da chuva, já muitos andrajosos estendem o cartão, para passar pelas brasas. Contudo, já imagino, António José, convidado para a abertura da época de ópera, e já estou a ver, muito antes de chegar, aparecer um polícia dos costumes, a indicar: - arreda, arreda mendigo, que está a chegar António José, o primeiro-ministro de Portugal. A ordem, nesta noite, é para recolher para lá da “uma”, não vá, o 1º Ministro, pisar o cartão, escorregar e romper o tendão. E lá se vão as promessas. Que são um vício, que nem com benzina se lavam.

De todo o modo, prometa o que prometer António José, a verdade é que Portugal é hoje uma colossal “mitra”, e por esse facto, deverá também, António José, penitenciar-se. Dá-se o caso de António José  ter sido ministro-adjunto do piedoso primeiro-ministro António Guterres, pelo que, hoje, por má consciência, António José, está tomado, simultaneamente, por uma branca e por uma breca. 

domingo, 13 de abril de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ao Eliseu, as vaginas, mais os bostinhas

Augusto Alberto


 No Eliseu, o poder, a alcova e a vagina, são coisa trivial e singela. Contudo, Maria Antonieta, a austríaca que foi rainha de França, apesar de ter poder e vagina, acabou com o pescoço na guilhotina, (com o Povo a berrar, mata a cadela, mata…), porque parece que também o rei era mais ao menos atrapalhado em matéria de coito, ao ponto de o imperador,  José II da Áustria, ter viajado até Paris, para saber das razões que impediam o casamento entre sua irmã e Luís XVI. Chegou à conclusão, de que, afinal, Luís XVI, tinha erecções satisfatórias, mas que sua irmã, não tinha apetite para o sexo nem tampouco, desenvoltura. Segundo ele, o rei e sua irmã, eram "dois perfeitos confusos”. Confusa, a França? Oh, lá, lá….Sendo assim, sem mudar de cenário e sem interromper o raciocínio, falemos do cepo autárquico, onde o Partido Socialista Francês, depositou, também, a sua cabeça, ao ponto, de Hollande, (outra cabotina e perfeita confusão), trocar um governo de bosta, por um governo de bostinhas.
Hollande, afinal, é só mais um pindérico, como anteriores Presidentes da República Francesa, muito envolvidos em escândalos, políticos, financeiros e de vagina. Pouco serve, pelos vistos, os interesses da aristocracia Francesa, e nenhum préstimo, tem, sobretudo para o mundo do trabalho, mas é um tipo muito bom, nos alardes de alcova. Só pode haver consenso, quanto a estas duas matérias. 
Para 1º ministro, escolheu um tipo muito celebrado pela direita. Porque essa coisa de se ser socialista, sem vir ao marxismo, é de cabo de esquadra. E saliva, porque, honra seja feita ao 1º ministro indicado, o Catalão, “Manel Valls”, escolheu e muito bem, para ministra do ambiente, uma tremendíssima vagina, em tempos, por Hollande, muito bem visitada. Será que Hollande, apavoado, mais uma vez, ainda pensa “segolanizar, Segolande? Ou será, que desgraçado, outra vez, ainda vai, em definitivo, para gozo da grande aristocracia, ser pateado e corneado pela França? Mistério! De todo o modo, estes socialistas franceses, são uma boa pandilha. Do ponto de vista da alcova, capacíssimos, (ao contrário dos “nossos”, simplórios nessa nobre arte de acomodar os mais brilhantes desejos furtivos. Mas do ponto de vista politico, um desastre, à semelhança, pim, pam, pum, dos socialistas de “cá”. Ora agora engano eu, ora agora enganas tu, tum).

terça-feira, 8 de abril de 2014

Subliminarmente...


Embora nunca tivesse sido jornalista, nem qualquer coisa que se pareça, pratiquei-o. Amador, nos tempos do "Barca Nova". Também, nos tempos de "A linha do Oeste". Jornalismo local, era uma aventura arrebatadora.  Pagávamos para fazer o que gostávamos. Acho que não é preciso talento para se fazer o que quer que seja, embora deva ajudar um bom bocado. No meu caso, colmatava essa falta com trabalho, dedicação, prazer. Muito.
Lembrei-me disto agora mesmo. Acabo de ver uma reportagem numa estação de televisão sobre a canção. "A canção é uma arma" assim se intitulava.
E lembrei-me também que invejo o talento. Eu nunca conseguiria fazer uma reportagem dessas sem falar com José Mário Branco, José Freire, Samuel ou Francisco Fanhais. "Et bien d'autres", diria Michelle Senlis. Pela importância que têm. social, cultural, política, artística.
Mas a dita estação conseguiu-o. É obra.
Convém lembrar que os quatro senhores que referi interpretaram, e interpretam, para além de textos próprios, , Natália Correia, Sophia de Melo Breyner Andresen, Ary dos Santos ou António Gedeão.
E que um deles é autor de uma canção que se intitula mesmo "A canção é uma arma". E que a utilizaram com mestria, com arte, com grande qualidade. E quando era difícil. 
Mas os tempos são outros.
Como cantaria Graeme Allwright:
"Les temps sont durs
Et j'suis pas sûr
de me payer un coup à boire."



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Perfeito principio

Augusto Alberto

Não há bem que nos calhe, porque, amiúde, aparece sempre algum canalha a deixar-nos aterrorizados. É o caso da senhora economista, Teodora Cardoso, formatada numa das madraças (faculdades de economia) do capitalismo fundamentalista, onde se aprende o melhor modo de tirar a pele a quem trabalha, e que foi conselheira de António Guterres, ex-primeiro ministro de Portugal, simultaneamente dado à beatice e a Toni Blair, um sacripanta de luxo, que agora perora sobre a democracia pelo mundo inteiro, para aperfeiçoar a biltrice e ainda, com “blarisses” e bolos, enganar os tolos, em troca de grande somas em dinheiro, e que já há muito deveria estar preso, pelo papel de brutamontes contra a humanidade, e que liderou, ainda, um grupo de bacanos, a que se associou, precisamente, António Guterres, numa “terceira ideológica”, a que deram, precisamente, o nome genérico, de terceira via.
Coisa de cachaço em baixo, para assegurar o servilismo à “hidra” liberal, de milhentas cabeças. Que para além de triturar o trabalho, tratou de fazer baixar muita da chamada classe média à condição de trapo. Esse mesmo António Guterres, que por cá, ao não resistir ao pântano, acabou por fugir, para mais tarde ser recompensado, com uma tarefa à escala global. Provedor dos “desgraçadinhos”. E essa Teodora, outra ideóloga ao serviço da “bicha”, que descobriu, nova via para sacar o dinheiro de um modo mais fácil, aos que vivem do trabalho e do salário, através de um artifício legal, suportado, pois claro, pela tremendíssima banca, estabelecida em Portugal. E também, ainda, o conselheiro económico do principal, (que principal?), líder da oposição, (que oposição?), António José Seguro, que afinal, veio revelar, aquilo que Seguro nos tem andado a esconder. Seja no futuro, o Partido Socialista governo, o modelo actual de emagrecimento do Povo, é para manter.
E o mais vil, dizem as sondagens, ainda virá. Que os pobretanas revelam uma obsessão doidivanas pelo masoquismo, ao dar seguimento à abstenção ou entregar o voto à “hidra”.

Ao contrário da base social de apoio da “dita”, que não se esquece da sábia missão de votar, porque não precisa de um país diferente. Deste modo, um Povo que está sucessivamente a ajustar a cabeça no cepo, não merece perdão. Porque, não percebe, que a “bicha”, Dele, só necessita que continue a abster-se ou a votar PS, PPD/PSD e CDS, (Barroso), no sentido de manter a grande aliança, em ordem a que nada mude, (Lampeduza), segundo o perfeito principio, de que o Povo é um bom burro de carga e ainda por cima, tolo.