segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Esta democracia deles que não é a nossa

Leis por medida

Parece anedota, mas não é. Segundo a Entidade das Contas e Financiamentos dos partidos políticos tudo o que na Festa do Avante! é comprado pelos visitantes tem que ser pago com cheque ou através do Multibanco. Tudo. Desde uma bica ou uma cerveja até um almoço ou uma peça de artesanato. Fica por explicar como fariam os que não têm nem livro de cheques, nem cartão Multibanco.
Parece anedota, mas não é. Segundo esta Entidade o lucro da Festa são as receitas totais e não a diferença entre as receitas e as despesas. Isto é, se uma garrafa de água é vendida por 1 euro, significa que o lucro dessa venda é também 1 euro. Não entrando, portanto, nas contas deles o pagamento dessa garrafa de água aos fornecedores. Desta nem as finanças se tinham lembrado!!! Olha se a moda pega…
Como foi dito na Festa, isto não é zelar pelo cumprimento de uma lei: isto é entrar pelo caminho de uma prática persecutória cega e doentia. É, além do mais, um insulto às nossas inteligências.
Mas estes absurdos têm uma origem. Por estranho que pareça tudo isto está em conformidade com os objectivos da lei de financiamento dos partidos e da razão de existir da citada Entidade. Falemos claro: a «lei» foi feita exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante.



Feita tendo como alvo principal, cirurgicamente escolhido, a Festa do Avante!. Feita contra a militância comunista. Feita, também, para que seja o Estado a financiar as actividades dos partidos que a fizeram: PS, PSD e CDS. Feita para que o dinheiro dos impostos lhes pague a actividade militante que não têm. Por sua vez a Entidade existe, é paga e funciona exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante!
O que é bem revelador de como, quer a «lei» quer a Entidade, têm um carácter muito pouco Democrático.
Entretanto, e ainda no que respeita ao financiamento dos partidos, registe-se a recente criação, pelo PS, da chamada Fundação Respública. Que, vem substituir as extintas fundações José Fontana e Antero de Quental, também elas propriedade do PS.
Recorde-se que as duas fundações agora extintas foram criadas em 1977. Ao longo destes anos foi através delas que foram canalizados os milhões de contos provenientes dos EUA, Alemanha, França, Inglaterra, etc., que, directa e indirectamente, têm financiado muita da actividade do PS. É claro que a nóvel Fundação Respública vai poder agir à vontade e sem qualquer Entidade a fiscalizar a(s) proveniência(s) dos seus fundos. Proveniência(s) que algumas más línguas, que não nós, diriam ser fáceis de imaginar, olhando para a composição da Direcção da Fundação. Mas isso são, certamente, calúnias…
António Vilarigues, in blog Cheira-me a revolução! (http://revolucionaria.wordpress.com/)

2 comentários:

dona tela disse...

Uma semana muito fixe para si.

LuisPVLopes disse...

O que dizer,de um partido fundado por um neoliberal convicto, de presunção fascista, que usurpou o nome do Socialismo e fundou em Portugal o partido mais hipócrita de que há memória?
Culpado de altíssima traição a Portugal, ao MFA, ao governo de 75, mas o mais grave, traiu o Povo Português. Num país civilizado, esta Besta estaria a responder pelos seus crimes, mas estamos em Portugal, onde as Bestas reinam e dançam sobre a moral de todo um povo, quase em estado de profunda demencia.

Ouss