quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Sobre a Festa

"Porque é que a Festa do Avante! faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?"


"Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante!, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que os comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra, em frente um leão e um flamingo"


"Quando se chega à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete."


"Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez."


"É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante! dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau."

(Extractos de uma crónica sobre a Festa do Avante, de Miguel Esteves Cardoso, que pode ser lida aqui, na íntegra)



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