quarta-feira, 25 de março de 2009

Mais depressa se apanha um esquecido do que um coxo

Augusto Alberto




A propósito do meu último texto, em referência à manifestação da Intersindical Nacional e a um breve comentário sobre o discurso de Manuel Carvalho da Silva, veio aqui o anónimo neo-liberal, mais uma vez, mostrar de como é feito o seu corpo e alma, mas não a cara. Na sua imaginação, viu logo uma ameaça e trata de me taxar de estalinista. Esta coisa do estalinismo já tem ranço, porque qualquer reaccionário de ontem ou de agora, ou filho ou neto de salazarista ou marcelista, não tem mais nada no cardápio do que alindar com esse adjectivo. Confunde tolice com esqueleto duro, por isso, vertical, dos pontos de vista social e político. E a seguir, brandamente, remete os homens para uma coisa a que chama, “maiores abrangências”. Relativamente a essas “maiores abrangências”, quero aqui dizer que já dei para esse peditório e esses “santos”. Aliás, bem vistas as coisas, são “santos” como Luís Judas, Zita Seabra, Carlos Luís Figueira, esse conheço eu bem, e Pina Moura, este um refinado abrangente, para não ter de o adjectivar de modo menos lisonjeiro, e ali ao lado, Manuel Alegre, o homem das muitas viagens pelo norte, ficamos só por aqui, que se fizeram as “maiores abrangências” e por isso a coisa está como está. Ou seja, foi com o contributo de “gente abrangente”, como esta, que se foi construindo esta pátria que empurra com a barriga para fora, todos aqueles, e são muitos, que não são abrangentes e por isso que se fez esta manifestação de mais de 200 mil.
Mas este anónimo neo-liberal, tão rápido quando lhe dá jeito, não foi capaz de vir mostrar opinião e verve quando há dias aqui trouxe um texto sobre a renúncia do vereador socialista, cabeça de lista, à Câmara Municipal cá da minha terra. Não lhe deu jeito. Aos factos disse nada. E então, porque não disse nada, eu recordo-lhe desde já, porque aquilo foi no P. Socialista aqui da Figueira da Foz, isso sim, a maior comédia estalinista de que me lembro nesta terra.
As inquietações do ex-Vereador, públicas, eu recordo-as aqui: - Não tem relações com a direcção local do PS desde Abril do ano passado. Que foi marginalizado no último acto eleitoral para a Concelhia, não tendo sido ouvido para a constituição das listas. Alterou-se a relação com o Presidente da Concelhia local, João Paredes. Que a direcção local do PS deixou de reunir com os vereadores, ou a concelhia já não valoriza o trabalho ou não há disponibilidade para essa articulação. Apesar da ruptura com a direcção local, mantêm-se militante, pelo que está disponível para fazer campanha a favor do candidato socialista à câmara, à excepção de António Alves.
Ora aqui está como mais rápido se apanha um esquecido do que um coxo. Aliás, ditas assim as coisas, estamos perante o mais claro controlo e centralismo pessoal, do aparelho partidário e que à democracia interna, foi despachada com um manguito, disse, então, peva. E não sou eu que o digo, mas o senhor ex-Vereador. Clarinho!
A fadiga não é crime, é só um estado de cansaço, psíquico, neurológico ou muscular, sobretudo quando se trata de um sujeito de muitas e longas batalhas. Mas pode ser também abaixamento, quando nos ficamos pela ausência ou omissão e aí… não há volta a dar-lhe.
Aliás, coxo é também aquele que politicamente acha que uma manifestação de mais de 200 mil pessoas, é uma malfeitoria de comunistas. E se fosse? É o que esta gente merece.

2 comentários:

Anónimo disse...

É espantosa a tenção que os meus modestos comentários suscitam nos animadores deste blogue. Até se dão ao trabalho de aquilatar de putativas intenções e omissões do que escrevo. Patética a desconfiança sobre o que me terá levado a não comentar as declarações de um Vereador local do PS. Ora a coisa é simples: Não tenho qualquer proximidade com a personagem, nem faço ideia das suas motivações pessoais, pelo que não seria curial opinar sobre o que desconheço! A propósito, presumo que quis desvalorizar, no post, pessoas que são ex-PCs, algumas das quais nem de nome conheço. Mas faltaram-lhe outras como Gomes Canotilho, Jorge Leite, Linhares de Castro, Pena dos Reis, Pedro Pita... só para citar alguns do meio coimbrão. Por certo, "criaturas abjectas" no código conservador da Superioridade Moral do Comunistas, segundo o missal atribuído a Cunhal, mas que recolhem reconhecimento social consensual.

Anónimo disse...

Acrescento à lista dos ex-PCs de Coimbra o Professor Carlos Fraião, que desempenhou funções de consultadoria sindical, foi do Comité Central, andou pela Figueira logo depois do 25 Abril 74ou o actual reitor Seabra Santos que até integrava a Brigada Vítor Jara.