segunda-feira, 16 de março de 2009

O santo que aí virá…

por Augusto Alberto

D. Duarte “tio” de Bragança, conta-nos num seu opúsculo, com data de 2005, que D. Nuno Alvares Pereira, desde sempre o Santo Condestável, a caminho da grande batalha Pátria de Aljubarrota no ano da graça de 1385, passando nas cercanias de Tomar, foi atraído à Cova da Iria e aí chegado, viu, no meio de muitas azinheiras, os cavalos do seu exército ajoelhar. Confesso que fiquei embasbacado e atormentado com esta singular história. Uma novidade! Passei pelos bancos da escola em pleno fascismo, onde estas coisas eram seguramente esmiuçadas, para um maior apelo pátrio, mas nunca tamanha história me foi ensinada. É licito perguntar, será que o fascismo andou distraído? Não creio…, mas a verdade é que nunca é tarde para descobrir e aprender. Seja como for, esta história assim contada é uma delícia e me parece, entretanto, que logo ali, com aquele preparo, o Santo Condestável, com toda a razoabilidade, deslumbrou a vitória sobre os castelhanos, como também percebeu que no século XXI, a 26 Abril 2009, a igreja de Roma o faria santo. Que premonição! É de santo.
Estava eu a amamentar os meus pensamentos, eis que a cabeça me leva a novos desafios. Não tive como lhes fugir e perguntei-me, que bravatas também virão dentro de escasso tempo a esta cidade? Reflecti então sobre uma informação que um amigo, pessoa de um modo geral bem intrincada nos mentideros dos casos e coisas locais, me volta a reafirmar, ser sua convicção de que o Partido Socialista vai apresentar uma figura de fora do Concelho, com peso na máquina partidária, como amplamente se tem anunciado.
A ser verdade e postas as coisas nesse pé, isso diz-nos que o Partido Socialista local não tem fé nos seus militantes e quadros locais e que vai provavelmente deixar cair alguns dos que se constituíram em lista e foram eleitos há 4 anos e que por isso, continua em termos absolutos, numa espécie de orfandade, para assim ter de deitar mão a uma figura exterior, bem escolhida, naturalmente de fino trato, como convêm, boas venturas, alma cálida e farta ternura. Logo me lembrei do outro, que por cá passou 3 anos, mas sempre arredado dessas virtudes. Reflecti, e já me parece ver, quando semelhante figura chegar, os Figueirinhas, tal como os cavalos do Condestável na Cova da Iria, ajoelhados perante cálida e serena figura, levantando as faces e as mãos ao céu e exclamando a uma mesma voz, até que enfim, porque merecedores, nós, os Figuerinhas, também iremos ter o nosso santo…Abençoado o que aí virá, porque nos trará e dará mais graças, logo à cabeça, o da boa governação.
E eu acrescento, ditoso século XXI, que será o século de todas as glórias e de todos os santos.
Mas no fim, serei eu o excomungado por aqui escrever estas singelas crónicas não alinhadas. Mas sem tormentos.

5 comentários:

Rei da Lã disse...

Os cavalos ajoelharam-se?!
Eheheheheh!
Nem o Hermano Saraiva se lembraria de uma dessas!

Fernando Samuel disse...

Podes crer: não te safas das excomunhões - a do céu e a da Figueira...

Um abraço.

Anónimo disse...

O percurso seguido por Nuno Álvares Pereira de Tomar ao planalto de S. Jorge, está absolutamente escortinado na obra do historiaidor João Gouveia Monteiro, chamada a "Batalha Real". Esse tal desvio até à Cova de Iria não lembra a ninguém lúcido!

Guimaraes disse...

Já não bastavam as "marteladas" na história que nos ensinaram na primária e ainda apanhamos mais esta.
Então se constasse tal coisa não se aproveitava logo a condizer com o outro "milagre" de Ourique?
Esta parece tirada de um daqueles livros em que um senhor ex-PCP, convertido à "situação", afirmava ter tido visões da Virgem na cadeia. Foi muito propagandeado nos anos 60.
Quanto a acontecimentos recentes da Figueira, ver http://guimaraes2-observador.blogspot.com/2009/03/o-caso-do-comboio-da-figueira.html
Abraço

dona tela disse...

Os cavalos sabiam do milagre? Eu fico ainda mais parva. Olhe, o melhor é não contar nada disto ao Pepe que é espanhol e anda embeiçado pela Sandra.

Muitos cumprimentos.