quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pedro e Paulo


Augusto Alberto


É a verdade crua. Que promessas fizeste socialismo cubano, que permitiste que Wilfrido Flores, presidente de Câmara da cidade de Nahuatzen, a 380 quilómetros da Cidade do México, fosse morto a tiro, enquanto tomava o pequeno-almoço com a sua mulher, num restaurante? Segundo dados da Federação Nacional de Municípios do México, foram mortos 31 presidentes de Câmara em todo o país, desde 2006. Ou cooperamos ou cortam-nos o pescoço, acrescentou um Presidente, que garante que pagar um “dízimo” aos criminosos, é a diferença entre a vida ou a morte. Como é que isto se resolve, se é o estado que está aprisionado por bandidos, muitas vezes, com lideranças dentro do próprio estado? Informações que nos chegam, devagarinho, para não atrapalhar o desassossego, dizem que são os próprios cidadãos, fartos da incapacidade das autoridades “democráticas”, que são muito eficientes a proteger os interesses económicos das insaciáveis elites, mas incapazes de defender os cidadãos, quem toma a própria defesa, face à derrota do estado Mexicano.

Que há anos tem com o Estado Cubano um diferendo ideológico, que tem por génese o modo como os dois estados socialmente estão organizados e que agora reconhece simultaneamente, o falhanço na defesa dos cidadãos e o modo como se colocaram fora da lei, por assumirem a sua própria defesa.
Ora, esta é diletante e intricada posição, porque afinal, quem abdica das possibilidades, por estar roído e manietado, é o próprio estado mexicano. Chegado aqui, pergunto. Como vai a “democracia” mexicana, que de 4 em 4 anos renova os seus órgãos “democráticos”, em completa “liberdade”? Vai mal! E como vai a “ditadura” cubana, que também renova, em democracia directa, os seus órgãos e que pelos vistos, permite uma vida tranquila aos cidadãos, apesar de muitas dificuldades, porque a natureza não mimoseou a ilha com recursos que o México tem? Lá vai! Que bom é, cidadão de Havana, teres a possibilidade de treinar oboé, clarinete ou flauta, no paredão do Malecon, sem que haja o perigo de seres molestado por um pequeno criminoso a soldo de gente que se senta no conforto de um gabinete. É bem a preservar.
Sabes, por aqui, gente da espatifada “classe média”, também nunca fez caso dos “dissidentes”. Confiaram em ladainhas e vantagens “democráticas” e foderam-se. Nas arcadas do teatro Nacional de Ópera, dormem agora embrulhados em cartão. E quando à noite de ópera, o segurança de serviço, diz-lhes:  “Arreda, arreda mendigo. Toma cuidado, porque os pés que aí vêem, não são os pés do voluntário do exército contra a fome, que te traz as sopas, mas os pés dos apóstolos, Pedro e Paulo. Arreda…”

Sem comentários: