sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

So long, Madiba


Nelson Mandela deixou-nos.
A Humanidade fica, passe o lugar comum, muito mais pobre. O seu exemplo deveria inspirar-nos. Mas o que se vê, o que eu vejo, é que a maior parte dos filhos da puta chegam~se agora a terreiro a manifestar solidariedade, a apresentar os pêsames, condolências, e coisa e tal. Os mesmos que o consideraram terrorista, que votaram contra a sua libertação em sede de ONU. É triste, dói. 
Tenho por Mandela o mais profundo respeito. O que dói, dói mesmo, é pensar que ele não merecia que filhos da puta que o consideraram terrorista se "verguem", agora, perante a sua morte. Morte física, porque como outros, Madiba permanecerá na memória de todos os homens e mulheres que se assumam seres livres.
Também Madiba não merecerá que, pelo menos na imprensa portuguesa, que foi aquela que li, continuasse a existir, mesmo em sua referência, omissões inadmissíveis. Se Mandela foi o maior dos líderes africanos?  pergunta-se. Claro que foi. Mas as referências foram Nkrumah e Amilcar Cabral. Só. Claro que foram grandes lideres. Mas muito provavelmente "esqueceram-se" de Patrice Lumumba. A sua morte adiou o continente africano, como se sabe.
Enquanto Cabral foi assassinado pelo regime fascista português, de pouca monta, claro, ou Nkrumah foi apeado do poder pelo que se sabe, o congolês foi assassinado pela CIA e pelos serviços secretos belgas, e mudou o panorama todo.
E há outros. E, puxando a brasa à minha sardinha, bem posso citar Viriato da Cruz ou Agostinho Neto.
Mas Mandela está acima. Vergou-os a todos. Não há filho da puta nenhum que não se vergue, inclusivamente o "presidente" de uma puta de uma comissão europeia, ou lá que aquilo é. 
Vergonha é que não têm.
Obrigado, Madiba, mais uma vez. 




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